sexta-feira, 27 de março de 2020

Escolas literárias: Classicismo, Barroco e Arcadismo

Escolas Literárias
Classicismo, Barroco e Arcadismo
Sílvia M L Mota


 
CLASSICISMO (1527-1580)

O Classicismo nasceu na Itália, no século XIV, com apogeu no final do século XVI. Ocorreu dentro do Renascimento, período de renovação e de grandes transformações culturais, políticas e econômicas. A Europa saía da Idade Média, conhecida como a idade das trevas, para encontrar-se com a luz, representada pelo conhecimento.

Os escritores classicistas retomaram a ideia de que a arte deve fundamentar-se na razão, que controla a expressão das emoções. Nesse refrão, buscavam o equilíbrio entre os sentimentos e a razão, em busca de uma representação universal da realidade, que desprezasse tudo que fosse puramente ocasional ou particular. Os autores passaram a revalorizar as características artísticas próprias da Antiguidade Clássica: o equilíbrio e a beleza. No entanto, essa recuperação não se percebe genuína, uma vez que decorre da imitação dos referenciais clássicos, transpassada pelos rígidos códigos do racionalismo iluminista.

Características do texto classicista
O texto classista prima pelo Individualismo, Universalismo, Racionalismo, Antropocentrismo, Idealização amorosa, Neoplatonismo, Nacionalismo, Paganismo, Predomínio da razão, Influência da cultura greco-romana, Fusionismo: mitologia pagã e cristã, Simplicidade, clareza e concisão, Equilíbrio, harmonia e senso de proporção (Rigor e perfeição formal), Mimese = (imitação da Natureza: Aristóteles). Os versos deixam de ser escritos em redondilhas (cinco ou sete sílabas poéticas) – que recebem a alcunha "medida velha" – e passam a ser escritos em decassílabos (dez sílabas métricas ou poéticas) – que receberam a denominação de "Estilo doce novo & Medida nova". É o momento do SONETO, poema com 14 versos decassilábicos (10 sílabas métricas ou poéticas) distribuídos em dois quartetos e dois tercetos. As Rimas consoantes, por vezes, são ricas.

Representantes
O maior representante desse período é o poeta Luís Vaz de Camões (1524-1580), sendo sua maior obra, Os Lusíadas, a maior epopeia já escrita em português.

BARROCO (1601-1768)

A tradição crítica da literatura brasileira definiu o Barroco, ou Seiscentismo, como a primeira manifestação literária genuinamente brasileira. O termo denomina genericamente todas as manifestações artísticas dos anos 1600 e início dos anos 1700. Além da literatura, estende-se à música, pintura, escultura e arquitetura da época. Surge em decorrência da crise do Renascimento provocada, em particular, pelas fortes divergências religiosas e imposições do catolicismo e pelas dificuldades econômicas decorrentes do declínio do comércio com o Oriente.

Características do texto barroco
Trata-se de literatura moralista, usada pelos padres jesuítas para pregar a fé e a religião. É rebuscada, como reflexo dos conflitos dualistas entre o terreno e o celestial, o homem (antropocentrismo) e Deus (teocentrismo), o pecado e o perdão, a religiosidade medieval e o paganismo presente no período renascentista. Esse contraste será visível em toda a produção barroca, mas o artista barroco não deseja apenas expor os contrários, antes, quer conciliá-los, integrá-los. Daí ser frequente o uso de figuras de linguagem e sintaxe, que buscam essa unidade, sendo as mais comuns: metáforas, antíteses, paradoxos, hipérboles e prosopopeias.

Temas frequentes na Literatura Barroca
- fugacidade da vida e instabilidade das coisas;
- morte, expressão máxima da efemeridade das coisas;
- concepção do tempo como agente da morte e da dissolução das coisas;
- castigo, como decorrência do pecado;
- arrependimento;
- narração de cenas trágicas;
- erotismo;
- misticismo;
- apelo à religião.        

Principais representantes na Literatura

O Barroco foi introduzido no Brasil por intermédio dos jesuítas. No final do século XVI, destinava-se tão somente à catequização. A partir do século XVII, expande-se para os centros de produção açucareira, especialmente na Bahia, por meio das igrejas. Dessa forma, a função da Igreja era ensinar o caminho da religiosidade e da moral a uma população que vivia desregradamente.
Brasileiros: Gregório de Matos, Bento Teixeira Pinto, Manuel Botelho de Oliveira, Padre António Vieira e Frei Manuel de Santa Maria Itaparica.
Portugueses: Padre António Vieira, que representa a vértice conceptista do Barroco.


ARCADISMO (1768-1836)

O Arcadismo é uma escola literária que surgiu na Europa no século XVIII, mais precisamente entre 1756 e 1825, também denominada de setecentismo ou neoclassicismo. O termo provém da menção à Arcádia, lendária região campestre do Peloponeso, morada do deus Pã, na Grécia Antiga, em que habitavam pastores que gozavam de uma vida plácida de contemplação das belezas simples do campo. Em razão dessas características, o império romano não se interessou pela região, da qual não seria possível obter o que os impérios desejam: mais riquezas e mais poder. Desse modo, a Arcádia pôde manter seus costumes e valores tradicionalmente simples: utopia de vida idílica, marcada pela simplicidade e ambiente feliz, de consagração do amor.

Foi a partir do anteriormente exposto, que jovens da segunda metade do século 18 e da primeira metade do século 19, entenderam que Arcádia seria interessante nome para usar em suas associações que reuniam escritores, cientistas e pensadores. Então, os italianos, inspirados por Giovan Maria Crescimbeni di Macerata, imitaram a lenda, com a criação da Academia de Literatura Arcádia, em 5 de outubro de 1690. Sob a finalidade de combater o Barroco e difundir os ideais neoclássicos, os poetas mantinham a coerência dos princípios que os embasavam, ao assumirem pseudônimos de pastores lendários, como Dirceu ou Glauceste Saturnio. Eram bucólicos e cantavam suas liras com elogios à beleza da mulher amada, ao amor puro, à vida tranquila do campo e à fruição dos pequenos prazeres.

Deve-se considerar o Arcadismo como filosofia de vida e os poemas pastorais como delegação poética, que se estabelece pela transferência da iniciativa lírica a um pastor fictício. Nesse sentido, a poesia pastoral tem um importante significado, pois permite a contraposição da rusticidade do ambiente à formação intelectual de cultura europeia, o que permite um diálogo entre a civilização e o primitivismo.

Um dos principais escritores árcades é o poeta latino Horácio, que viveu entre 68 a.C. e 8 a.C., influenciador do pensamento do “carpe diem” (viver agora, desfrutar do presente), adotado pelo Arcadismo e permanente até os dias de hoje.

No Brasil, o movimento chegou e desenvolveu-se na segunda metade do século XVIII, no auge do Ciclo do Ouro em Minas Gerais e ocorre, também, a transferência do centro político do Nordeste (Salvador) para o Rio de Janeiro. Nesse momento, ocorre também a difusão do pensamento iluminista, mormente entre os jovens intelectuais e artistas de Minas Gerais.

Características do texto arcaico

Valorização da vida no campo (bucolismo). crítica a vida nos centros urbanos, objetividade,  idealização da mulher amada, inutilia truncat (cortar o inútil), locus amoenus (lugar agradável), convencionalismo amoroso, aurea mediocritas (mediocridade áurea ou ouro medíocre), linguagem simples, uso de pseudônimos com frequência e pastoralismo.

Principais representantes na Literatura
Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage (1765-1805); António Dinis da Cruz e Silva (1731-1799); D. Leonor de Almeida de Portugal Lorena e Lancastre ou Marquesa de Alorna (1750-1839), Francisco José Freire, ou Cândido Lusitano (1719-1773), autor de Arte Poética; Santa Rita Durão (1722-1784), autor do poema Caramuru; Cláudio Manuel da Costa (1729-1789), autor de Obras Poéticas; Basílio da Gama (1741-1795), autor de O Uruguai; Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), autor de Liras, Cartas Chilenas e Marília de Dirceu; e Manuel Inácio da Silva Alvarenga (1749-1814), autor dos madrigais Glaura.

REFERÊNCIAS


BARROCO. Só Literatura. Disponível em: http://soliteratura.com.br/barroco. Acesso em: 30 maio 2018.

LITERATURA BARROCA. Wikipedia: a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_barroca. Acesso em: 30 maio 2018.

LOPES, Cícero Galeno. Literatura brasileira comentada. Edição Eletrônica Marcelo Spalding Peres. v. 1. Disponível em: https://docplayer.com.br/28310432-Literatura-brasileira-comentada.html. Acesso em: 30 maio 2018.

A literariedade no soneto alexandrino "Notivaga ferida", de Silvia Mota

PROPOSTA DO PROFESSOR REINALDO KELMER

Podemos continuar a busca por uma resposta a partir das propostas de um grupo de linguistas: os formalistas russos. No começo do século XX, esse grupo propôs-se a construir uma Ciência da Literatura, tendo como preocupação fundamental determinar o que denominavam Literariedade. Os formalistas russos relacionaram a Literariedade ao tipo de linguagem empregado nos textos. O texto portador de Literariedade e, consequentemente, literário; é aquele cuja linguagem difere radicalmente da fala utilizada em nosso cotidiano: possui linguagem literária, também denominada linguagem poética.

Literariedade: é a qualidade inerente ao texto literário.

Com base na nossa aula 1 sobre “O que é Literatura?”, escolham um poema e aponte como a literariedade se faz presente nele, de acordo com o que é assinalado no texto acima. Produzam um texto, com no máximo 5 linhas.

Obs.: Lembrem-se de que o objetivo não é trazer pesquisas feitas em sites que tratem de Literatura, mas sim que vocês pratiquem o que viram nas aulas.

RESPOSTA DE SÍLVIA M. L. MOTA

Caro Professor,
Segue o poema escolhido, da minha autoria.

Notívaga ferida

Noturna caçadora - em plenilúnio intenso,
cavalgo na quimera, a crina ambígua ao vento.
Telúrica visão de punho em arco tenso,
transpasso em flecha a dor que aninha o sofrimento.

Noturna caçadora - ardor de fogo imenso,
sou peito entrecortado, um beijo sem talento.
A lama da tristeza afoga sem consenso
e fere descuidada o riso solto ao vento.

Sou pélago profundo e a maldição que empluma,
o lábio sem perfume e a cor do vento em lume -
vivência pastoril, sem paz ou flor nenhuma.

Saudade é farpa atroz e avanço em pranto e bruma,
ao louco som da morte em seu cruel queixume –
sou trôpego final da fé que não se apruma!

A partir da estrutura e da linguagem utilizada no poema, busco provocar no leitor um “estranhamento”, sob o intuito de que isso o levará à percepção automática do meu pensamento. A literariedade acompanha o texto, por inteiro. Foi, como se sabe, Roman Jakobson quem, em ensaio de 1919, utilizou-se dessa última expressão para designar os objetivos dos estudos literários: "O objeto da ciência da literatura, não é a literatura mas a literariedade (literaturnost), isto é, o que faz de uma obra dada uma obra literária."
JAKOBSON, Roman. A nova poesia russa. Citado na Tradução francesa de Tzvetan Todorov em Poétique, 7 ( 1971 ), p. 290.

Trata-se de um soneto alexandrino, portanto, com 14 versos. Os quartetos apresentam-se com duas rimas alternadas (ou cruzadas): ABAB-ABAB. Os tercetos apresentam-se com duas rimas: cdc-cdc. Privilegiei as rimas ricas (quando as palavras rimadas são de categorias gramaticais diferentes). Exemplos no poema: bruma (substantivo) - apruma (verbo); nenhuma (pronome indefinido) - empluma (verbo). O texto é ritmado: presença da tônica na 2ª, 4ª, 6ª, 8ª, 10ª e 12ª (acentuação Yâmbica) e atendendo a exigência do alexandrino, no que diz respeito à acentuação tônica nas 6ª e 12ª sílabas. Os segundos hemistíquios de todos os versos terminam com palavras paroxítonas (chamadas de palavras graves, por Olavo Bilac e Guimaraens Passos, em seu "Tratado de versificação"). Ao término do primeiro hemistíquio, com palavra paroxítona terminada em vogal, a próxima palavra começa com uma vogal átona ou consoante muda, para haver a elisão.

Alguns exemplos de figuras literárias utilizadas no poema.
Metáforas e Hipérboles:
"Noturna caçadora - ardor de fogo imenso, (hipérbole)
sou peito entrecortado, um beijo sem talento" (hipérbole, hipérbole)
"Sou pélago profundo e a maldição que empluma" (metáfora, hipérbole)
"Saudade é farpa atroz e avanço em pranto e bruma, (hipérbole, hipérbole)
ao louco som da morte em seu cruel queixume" (hipérbole)
Contradição:
"vivência pastoril, sem paz ou flor nenhuma"
Assonância:
cavalgo na quimera, a crina ambígua ao vento. (assonância em "a")
Aliteração:
Sou pélago profundo e a maldição que empluma (aliteração em "p")

MOTA, Sílvia M. L. Notívaga ferida. PEAPAZ, Rio de Janeiro. Minha Página. Disponível em: https://peapaz.ning.com/profiles/blogs/notivaga-ferida-soneto-alexa...

MOTA, Sílvia M. L. Encanto dos sonetos na vida do poeta. PEAPAZ, Rio de Janeiro. Grupo Teoria Literária. Disponível em: https://peapaz.ning.com/group/teorialiteraria/forum/topics/encanto-...


AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE, PELO PROFESSOR
Cinco estrelas
Sílvia,
Análise técnica precisa. Valeu pela contribuição.
RK

Representações estéticas nas relações entre Literatura e Cinema

Participação no Fórum da Disciplina: Linguagens da Arte e Regionalidades
No mundo atual as áreas do conhecimento interpenetram-se de forma enriquecedora e no campo da Literatura não poderia ser diferente. Nesse momento, auscultam-se as relações entre a literatura e as demais artes, entre essas, a Música e o Cinema.

Representações estéticas nas relações entre Literatura e Cinema

Analisar (ainda que perfunctoriamente), em níveis teóricos, os liames e querelas existentes entre Literatura e Cinema é deveras inquietante, levando-se em consideração que, nos séculos XIX e XX, a Literatura se coloca no ápice da expressão artística e, na contemporaneidade, o Cinema se aloca no patamar de arte universal, que alcança um grande número de interessados, pelo impacto visual que provoca.

É de sabença que muitas obras literárias são procuradas após a mostra da sua versão no cinema, ou, ao contrário, que a leitura de determinadas obras literárias leva o leitor ao cinema. Citamos os exemplos nacionais de Vidas Secas, Memórias Póstumas de Brás Cubas, O Guarani, O Cortiço e, de alcance mundial, E o Vento Levou, Romeu e Julieta, O Exorcista, O Senhor dos Anéis, O Código da Vinci, Arquitetura da Destruição, entre outros. Não se pode olvidar, entretanto, que Literatura e Cinema são artes autônomas, embora apresentem íntimos pontos de contato, com as modificações pertinentes às características particulares a cada expressão artística.

A representação estética da Literatura é a escrita, a imagem mental; a representação estética do Cinema é o auditivo e o visual. A Literatura é mais rica por provocar a criatividade mental de quem recebe a obra, enquanto o Cinema nos oferece “tudo pronto”, levando-nos a divagar entre imagens e sons. Nesse sentido, o Cinema se perfaz numa nova versão da Literatura, com a intenção de atingir as grandes massas.

Esteticamente, as duas artes se aproximam: ambas são frutos de uma narrativa, assim como ambas sugerem uma ilusão de verdade. A vida expressa-se tanto na tela quanto nas páginas que compõem um livro. Por outro lado, afastam-se, porque a Literatura propõe o significado e o sentido da vida e o Cinema propõe a expressão e o impacto da realidade. A Literatura oferece a representação da realidade, enquanto o Cinema reproduz a realidade. A linguagem literária é rica, subjetiva e emocional; a linguagem cinematográfica é de fácil compreensão, porque o espectador compromete-se com a diversão, com o emocionar-se ou não. O público que aprecia a Literatura passeia por um mundo onírico, que o leva à realidade; o público que aprecia o Cinema, compromete-se com a recepção imediata da realidade.

Cordialmente,
Sílvia M L Mota

Sem cultura, não!

Sem cultura, não!
Sílvia M L Mota

No Brasil os valores culturais são menosprezados.
Como viver sem raízes culturais? Sem cultura seríamos coisas brotadas aleatoriamente, sem passado, sem perspectiva de futuro. Soltos no Mundo. Um bando de vidas que nem ao menos entenderia a própria humanidade. Sem originalidade. Jogados de cá para lá, como "seres possuíveis" por bandos mais fortes. Sem escolhas, sofreríamos suas influências, até "sermos possuídos" por outro bando... e, assim, indefinidamente, até a nossa morte. E morreríamos sem deixar raízes e história, por nada ter plantado ou criado.

Noções de língua e fala e de signo linguístico

FORUM B
DISCIPLINA: LINGUÍSTICA
PROFESSORA: MARCIA DIAS LIMA DA SILVA

Olá, alunos!

“Sendo a língua um sistema, cujos signos são estabelecidos por convenção social, o vínculo associativo que une as duas faces do signo não é motivado, ou seja, não há um critério para se associar um significado a um significante na língua, por isso, o signo linguístico é arbitrário.”

A partir desse fragmento e da leitura da crônica Defenestração de Luis Fernando Veríssimo (Disponível em a href="http://cdclifelines.blogspot.com/2009/09/defenestracao-luis-fernando-verissimo.html&gt">http://cdclifelines.blogspot.com/2009/09/defenestracao-luis-fernand...;), discutam as noções de língua e fala e de signo linguístico conforme propostas por Saussure.

Caso tragam uma pesquisa, ela deverá ser acompanhada de comentários próprios, da fonte pesquisada e ser vinculada ao conteúdo das aulas para ser pontuada.

IMPORTANTE: Usem este espaço para suas dúvidas do Avaliando o Aprendizado! Embora dúvidas não sejam pontuadas, conversar sobre as questões vai ajudá-los a compreender nossa disciplina!

Aguardo a participação de vocês!
Abraços.

Tipos de Gramática

FORUM A
DISCIPLINA: LINGUÍSTICA I
PROPOSTA DA PROFESSORA MARCIA DIAS LIMA DA SILVA

Olá, alunos!

Antes de fazer a proposta para a discussão neste fórum, quero desejar a todos um ótimo semestre! Sintam-se muito bem-vindos à nossa disciplina!

A partir das afirmativas a seguir, discutam, utilizando exemplos, os diferentes tipos de gramáticas e sua relação com a ciência linguística.

"A gramática normativa tem sofrido muita crítica por parte dos linguistas. A crítica é tão grande que esses especialistas chegam muitas vezes a ser mal interpretados. São vistos como “antigramáticos”, como se fossem contra o ensino da mencionada obra nas escolas, o que não é verdade. O que há de errado com a gramática, segundo os linguistas, é a forma como ela é elaborada e consequentemente ensinada. Para Perini (1996, p.22) elas são arcaicas, tanto na descrição que oferecem quanto nas teorias em que se baseiam." (Disponível em http://www2.uefs.br/dla/graduando/n1/n1.45-52.pdf. Acesso em fev. 2010)

Caso tragam uma pesquisa, deverá ser acompanhada de comentários próprios, da fonte pesquisada e ser vinculada ao conteúdo das aulas para ser pontuada.

IMPORTANTE: Usem este espaço para suas dúvidas do Avaliando o Aprendizado! Embora dúvidas não sejam pontuadas, conversar sobre as questões vai ajudá-los a compreender nossa disciplina!

Aguardo a participação de vocês!
Abraços.

Classificação dos sintagmas

PROPOSTA DA PROFESSORA
Leia o parágrafo a seguir:
 O Observatório Europeu do Sul anunciou nesta segunda-feira (12) a descoberta de 50 exoplanetas em estrelas PRÓXIMAS ao Sol, sendo 16 desses com massas parecidas com a da Terra. Os NOVOS astros foram revelados durante um congresso científico INTERNACIONAL que reuniu 350 especialistas em Wyoming, nos Estados Unidos. (http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/09/observatorio-eu...)

Qual a classificação dos sintagmas destacados no parágrafo acima?
    Sintagma nominal.
    Sintagma adverbial.
    Sintagma adjetival.
    Sintagma verbal
    Sintagma preposicionado.

RESPOSTA
Cara Professora, posso afirmar que as palavras assinaladas: PRÓXIMAS – NOVOS – INTERNACIONAL, morfologicamente consideradas, classificam-se como adjetivos.
Sendo assim:
1. Não se classificam como sintagmas nominais, porque qualificam o nome ao qual se associam.
2. Não podem ser chamadas de sintagmas adverbiais, porque não se enquadram na classe gramatical dos advérbios.
3. As palavras em destaque correspondem a sintagmas adjetivais, porque todas qualificam o sintagma nominal que delas se aproxima.
4. Não se caracterizam como sintagmas verbais, porque não se enquadram na categoria de verbos.
5. Não se denominam sintagmas preposicionados, porque não se fazem acompanhar de preposições.
Cordialmente,
Sílvia M. L. Mota

Leitura critica comparada

Comparar é um procedimento que integra a estrutura do pensamento humano e da organização da cultura. Em decorrência, trata-se de um hábito generalizado nas diferentes áreas do Saber.
A análise comparativista nasce da necessidade de se reconhecer a diversidade. A comparação ambiciona uma melhor compreensão do objeto em estudo. Por esse motivo, todas as sendas que levam à reflexão crítica, se enriquecem quando o estudioso ultrapassa a mera repetição dos conceitos cicatrizados a um único sistema.
No âmbito da Literatura, a comparação desvenda as relações entre textos literários e outros textos estéticos, ou entre a Literatura e os outros saberes, mas transcende a relação intertextual e interdisciplinar, para alcançar a interrelação de sujeitos. Insere-se, portanto, no mundo da Cultura. Trata-se de aproximação cultural relevante no caminho que leva ao Conhecimento.
É recente o reconhecimento da Literatura Comparada, que, na atualidade, se torna objeto de ensino regular nas grandes universidades europeias e norte-americanas e exibe ampla bibliografia especializada.
Sílvia M L Mota

Por que estudar a Literatura por períodos?

Por que estudar a Literatura por períodos?
Sílvia M L Mota

Ao se estudar o conjunto de obras de um determinado país, a primeira tendência manifesta-se pela associação da história da Literatura à história dos acontecimentos, como se as manifestações literárias estivessem adstritas aos fatos sociais. Ressalta-se, entretanto, que o estudo da Literatura não é um apêndice da História.
Ensina Afrânio Coutinho, que o fato literário tem natureza estética e, por tal motivo, deve ser considerado histórico, pois que acontece em tempo e espaço determinados. Eis as suas palavras: “Com ser de natureza estética, o fato literário é histórico, isto é, acontece num tempo e num espaço determinados. Há nele elementos históricos, que o envolvem como uma capa e o articulam com a civilização - personalidade do autor, língua, raça, meio geográfico e social, momento; e elementos estéticos, que constituem o seu núcleo, imprimindo-lhe ao mesmo tempo características peculiares, que o fazem distinto de todo outro fato da vida: tipo de narrativa, enredo, motivos, ponto de vista, personagem, linha melódica, movimento, temática, prosódia, estilo, ritmo, métrica, etc. [...] Esses últimos elementos formam o ‘intrínseco’, enquanto os primeiros formam o ‘extrínseco’.”
A partir desse discurso, o estudioso foge da abordagem positivista, que estudava o fenômeno literário a partir de valores extrínsecos como a biografia do autor, o contexto histórico no qual este estava inserido, dentre outros, sem levar em consideração os fatores intrínsecos do mesmo.
No Brasil, Afrânio Coutinho foi um dos primeiros a erguer com mais galhardia a bandeira de uma crítica universitária em que o estudo do texto, da retórica, das formas, dos elementos construtivos da obra aparecessem como objeto principal da crítica. Depreende-se, pois, que no fato literário encontram-se aspectos da personalidade do autor, a sua língua, o seu meio geográfico e social, bem como o momento histórico no qual se insere. Além disso, essas variáveis acabam por imprimir aspectos estéticos como o enredo, o tipo de narrador, a temática e os personagens, entre outros.
A utilização do método abalizado no sistema periodológico, não desconsidera os referenciais cronológicos, mas esse é orientado pelo predomínio dos valores estéticos específicos em determinada época e, por essa razão, não é adequado que se demarquem datas balizadoras para o seu início ou fim, pois os períodos se interpenetram, seja através de diálogos ou de contraposições.

Referência
COUTINHO, Afrânio. A Literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Editorial Sul Americana S.A.,1955. p. 22.
Reeditado em 14 de julho de 2018.

Qual era a missão dos Autos de José de Anchieta?

Resposta: Os textos teatrais de Anchieta, de maneira geral, têm uma estrutura em comum, e seu principal objetivo era a catequese do índio e, em menor escala, a instrução dos colonos. Dentro de um projeto maior, o projeto colonizador português, a preocupação era em formar intencionalmente o homem necessário àquela época histórica, àquele contexto em específico. Foi para educar e manter o projeto colonizador, a ¿missão civilizadora¿, que o padre José de Anchieta escreveu suas peças. Afinal, a Companhia de Jesus era a ordem oficial da Coroa portuguesa no Brasil colônia, uma vez que igreja e Estado estavam unidos pelos laços do padroado.

O que é cor local?

Resposta: No período do Romantismo, no Brasil, havia o empenho em traduzir as tendências vindas de fora, já que vivíamos recentemente a independência política de nosso país. Assim, ao adaptarmos os temas à realidade e à paisagem brasileira, a presença de elementos da natureza se tornou uma exigência para se considerar a obra visceralmente pertencente à literatura de nossa terra. A esse traço deu-se o nome de "cor local".

Formação dos grupos étnicos e suas línguas diferenciadas

Como se dá a formação dos grupos étnicos e suas línguas diferenciadas, como as afro-asiáticas, as khoisan, as nigero-congolesas e as nilo-saarianas. Cada um tem uma língua diferente?

Resposta: Os grupos étnicos da África são numerados em centenas, mas cada um tem a sua própria língua e cultura. As divisões entre agrupamentos de grupos étnicos africanos é complexa, tanto como é o caso das línguas africanas. Acredito que essa quantidade de dialetos e grupos étnicos se deva às migrações de povos antigos.

Qual a religião adotada pelos africanos?

Resposta: A África é um continente habitado por diversas etnias. Dessa forma, a complexidade cultural africana não permite que qualquer pergunta tenha uma resposta única. Em relação à religiosidade, devemos identificar os aspectos geográficos, históricos e culturais do continente africano, a fim de compreender essa complexidade. Os africanos genesíacos (primitivos) e os que ainda vivem de forma tribal são "animistas". O "animismo" não deve ser considerado uma religião, pois não é sistematizado. É uma crença na existência dos espíritos, os quais se configuram como os ancestrais africanos e que estão ligados aos elementos da natureza. Portanto, permanecem entre os viventes, com os quais se comunicam através dos iniciados. Os colonizadores portugueses impuseram, aos africanos, o cristianismo católico. No entanto, como os árabes migraram para as regiões colonizadas, a religião muçulmana ainda é a mais praticada em diversos países africanos. Quanto às religiões afrodescendentes praticadas no Brasil, elas possuem fundamentos do animismo africano, mas foram constituídas no território brasileiro.

O candomblé é religião de origem africana?

Resposta: Os fundamentos do candomblé e da umbanda, principais religiões chamadas de afrodescendentes, têm origem no animismo, que é a crença na existência dos espíritos ancestrais cultivada pelos africanos autóctones, como vimos na aula 2 da disciplina Literaturas Africanas de Língua Portuguesa. No entanto, o animismo não é uma religião. Com a chegada dos africanos escravizados ao Brasil, muitas festas tradicionais desses povos, algumas de cunho nacionalista, foram confundidas pelos colonos com festas religiosas e, consequentemente, proibidas. Surge, então, um sincretismo que mescla: figuras ancestrais africanas, sendo algumas lendárias e outras reais; fundamentos animistas; relação com a natureza; e, finalmente, figuras e ritos católicos. Daí se originam o candomblé e outras vertentes da mesma raiz religiosa, além de festas populares, como a de Nossa Senhora do Rosário, em Minas Gerais. Os africanos são, em sua maior parte, cristãos ou muçulmanos.

Significado de Naif

Naíf é o nome de um tipo de arte. Dentre as características da arte Naif, destacam-se a utilização de cores brilhantes e alegres, a visão idealizada da natureza e a presença de elementos do universo onírico.

Qual a origem da cultura popular?

A cultura popular surge de costumes e tradições transmitidos de geração para geração.

Qual é a cultura mais importante?

A despeito de interesses político-ideológicos, tanto a cultura popular quanto a cultura erudita devem ser amplamente valorizadas.

José de Alencar e a construção da identidade nacional brasileira

José de Alencar pertenceu à primeira geração romântica brasileira, também conhecida como geração indianista, que tinha como propósito construir um sistema de valores (símbolos) que consolidassem a identidade nacional brasileira no século XIX por meio da literatura, utilizando a temática do índio como representação essencial desse processo, dentro do contexto histórico de independência e descolonização cultural de Portugal. Através de suas obras literárias, Alencar contribuiu efetivamente para a construção da identidade nacional ao tematizar em suas obras elementos formadores de nossa inextricável matriz cultural, desde sua produção indianista e romances históricos, passando pelos romances de abordagem urbana - publicada por meio de folhetins semanais -, até sua produção regionalista.

A análise comparativista

Cara Professora Milca,
A análise comparativista nasce da necessidade de se reconhecer a diversidade e ambiciona uma melhor compreensão do objeto em estudo. Na Literatura, a comparação desvenda as relações entre textos literários e outros textos estéticos, ou entre a literatura e outros saberes, mas transcende essa mera relação intertextual e interdisciplinar, para alcançar a interrelação de sujeitos. Insere-se, portanto, no mundo da cultura.
Cordialmente,
Sílvia M. L. Mota

PROFESSORA
Olá, Sílvia! Isso mesmo: comparar por comparar é apenas um exercício. No caso da Literatura Comparada, ela tem como objetivo colocar obras, culturas, autores, tempos, conceitos e saberes em diálogo. Ao colocar tudo isso em contato e em análise, tomamos conhecimento da riqueza e da troca cultural que há em toda produção humana.

Desafios e objetivos dos estudos comparatistas

Diminuir as fronteiras geográficas, as barreiras linguísticas, culturais e temporais, bem como aproximar e confrontar diferentes produções literárias e culturais a fim de que dialoguem entre si são os desafios e os objetivos dos estudos comparatistas.

A necessidade de estabelecer parâmetros para a Literatura Comparada

Sem parâmetros, não temos condições de comparar com qualidade, pois a comparação exige certa diversidade. No caso da Literatura Comparada, a ausência de parâmetros rígidos (e nem poderia em função da natureza dos fenômenos que ela analisa) propiciou o caráter multidisciplinar e abrangente que ela tem hoje. Ao contrário do passado, atualmente mobiliza-se uma quantidade grande de saberes o que tem contribuído muito com os estudos interartes.

Dificuldades da Literatura Comparada

A Literatura Comparada vai além das fronteiras. Ela rompeu desde o início com várias dificuldades: 1) a linguística ao comparar literaturas de línguas distintas e, dessa forma, contribuiu enormemente com os estudos de tradução e de divulgação de literaturas estrangeiras e 2) ao inserir no âmbito das pesquisas comparatistas as literaturas que fugiam do espectro eurocêntrico, muito prestigiado pelos estudos literários até metade do século XX.

Finalidade da Literatura Comparada

Como diz a Tânia Carvalhal, em Literatura Comparada não se compara por comparar, ou seja, não é o método pelo método, há sempre finalidades e intenções. O método é apenas um caminho que se escolhe para conduzir um estudo, para orientar alguma descoberta, conduzir a uma conclusão ou mesmo contribuir com a ampliação de algum conhecimento que não se tinha antes de percorrer o caminho. Assim como nas práticas rotineiras de comparação, nós comparamos com alguma finalidade, o mesmo ocorre com os estudos comparatistas que sempre partem de alguma(s) hipótese(s) sobre os fenômenos que irá analisar.
Comparar constrói saberes. No caso da Literatura Comparada, ela tem como objetivo colocar obras, culturas, autores, tempos, conceitos e áreas em diálogo. Ao colocar tudo isso em contato e em análise, tomamos conhecimento da riqueza e da troca cultural que há em toda produção humana.
Atualmente o escopo da Literatura Comparada ampliou-se. Ela pode tanto comparar duas literaturas quanto comparar a literatura com outras linguagens. A comparação também não se reduz necessariamente a dois objetos de análise.
Sugiro visita ao site da ABRALIC para ver como os estudos comparatistas estão sendo feitos atualmente. Eis o site: http://www.abralic.org.br/

A intertextualidade na Literatura Comparada

A intertextualidade em seu sentido lato é uma condição do texto. Às vezes, ela está explícita num texto, como um recurso de composição; às vezes está embutida em suas tramas sem que percebamos ou insinua-se desafiando a erudição do leitor. De todo modo, a intertextualidade lançou luz e consciência sobre esta dinâmica dos textos e  impôs também outra maneira de lermos, pois expressa, insinua ou aponta os contatos de um texto com outro. Por isso, dizemos que a teoria da intertextualidade reposicionou os estudos comparatistas.
Perceber o processo de composição de uma obra e os diálogos que ela trava com outros textos é fundamental para compreendê-la. A capacidade de comparar e de identificar elementos é muito importante na construção de uma leitura e de uma análise literária mais criteriosas. Por isso, a teoria da intertextualidade reposicionou os estudos comparatistas e requer de todos nós a contínua ampliação do nosso repertório cultural, pois é a partir dele que seremos capazes de ler o texto estabelecendo as relações que ele próprio insinua.
A literatura comparada utiliza-se da transversalidade para explorar diversas várias do conhecimento, ou seja, ele não possui uma abordagem fechada nela mesma, mas expande suas pesquisas para muito além da literatura.
A Literatura Comparada confronta-se com algumas indefinições que não são compartilhadas com todos os ramos da Teoria Literária e nem com todas as disciplinas. Por ampliar a sua perspectiva de análise, por variar a natureza dos seus objetos de comparação e por colocá-los em diálogo entre si e com muitas áreas do conhecimento, a Literatura Comparada é considerada uma disciplina de entremeios. Ela se apropria de várias áreas do conhecimento e, igualmente, coloca-se a serviço de várias áreas do conhecimento também.
A comparação permite aproximarmos literaturas e outras artes que dificilmente entrariam em mútuo contato umas com as outras se não fosse pela pesquisa. Ao provocar certos encontros, não raramente os estudos comparatistas acabam por descobrir muito mais do que a hipótese inicial prevista pelo estudo. Por isso, a Literatura Comparada foi requisitando outras áreas para subsidiar as suas pesquisas.

Perspectiva cosmopolita da Literatura Comparada

Sobre a perspectiva cosmopolita da Literatura Comparada, está diretamente ligada às transformações pelas quais a área passou. A Literatura Comparada surgiu muito restrita, apresentou uma fase de estudos muito voltada às produções europeias e, aos poucos, passou a ampliar o seu horizonte de interesses. Hoje, ela dialoga com literaturas do mundo todo, além de ter incorporado ao seu campo de interesse o estudo de outras linguagens também, como o cinema, por exemplo.

A Literatura Comparada provém de estudos culturais ou comparatismo cultural?

Sobre o trecho em epígrafe, na verdade, trata-se de uma ironia. A Literatura Comparada e os Estudos Culturais, embora apresentem interfaces, são disciplinas e campos diferentes, mas os seus parâmetros, de fato, não são fixos. Ambas as áreas apresentam múltiplas abordagens, são interdisciplinares, valendo-se de muitos saberes para analisar os seus objetos de estudo. Por isso a comparação com os Estudos Culturais. Muitos acreditam que a Literatura Comparada ampliou demais o seu escopo, descaracterizando-se.

Machado de Assis sofreu influência de Shakespeare?

Machado de Assis tematiza o ciúme em "Dom Casmurro" e intitula um dos capítulos de "Uma ponta de Iago" (Iago é o personagem na tragédia "Otelo" que causou a desgraça entre Desdêmona e Otelo). Há, nesta escolha, um explícito intertexto com a tragédia "Otelo" de Shakespeare e, portanto, uma referência à tradição que os temas do ciúme e da desconfiança têm na literatura. No entanto, tais temas, como o ciúme, a desconfiança, a traição, o triângulo amoroso, a separação, são todos universais. Há muitas outras referências em "Dom Casmurro" sobre os amores malfadados, a desconfiança e a finais trágicos como, por exemplo, Des Grieux,  personagem de uma ópera intitulada "Manon Lescault", do italiano Puccini. Machado de Assis cita "Otelo" de Shakespeare mais para insinuar a injustiça que Capitu estava sofrendo naquele momento, assim como ocorreu com Desdêmona, do que mostrar que estava sob influência, uma vez que Machado de Assis constrói um romance em que não há traços de que foi concebido à luz de influências shakespearianas. Trata-se apenas de uma referência, assim como inúmeras outras que vemos no romance de Machado.

Qual a amplitude da Literatura Comparada?

Toda análise precisa receber recortes, pois não conseguimos dar conta da complexidade de nenhum objeto ou fenômeno valendo-nos de apenas uma perspectiva de análise. Quando estudamos certas escolas críticas ou as primeiras escolas da Literatura Comparada, verificamos que elas sempre estabelecem certos parâmetros que lhes dê uma identidade e que lhes seja um guia. No entanto, tais parâmetros apresentam sempre uma limitação, que produz um esgotamento e que acaba por precipitar mudanças. É o que vimos acontecer com a Literatura Comparada que foi ampliando as suas fronteiras para várias áreas do conhecimento, tipos de textos e metodologias. Mesmo hoje, após tanta abertura, uma pesquisa em Literatura Comparada não consegue contemplar toda a diversidade do que analisa. Por isso, os muitos trabalhos e o constante diálogo entre eles, no sentido de um complementar o outro, dada a complexidade da tarefa analítica. Aliás, é possível colocar em comparação também as diferentes perspectivas adotadas entre dois estudos comparatistas, ou seja, em vez de comparar obras, comparar dois estudos.
Comparar sempre gera certo grau de tensão entre dois ou mais elementos e isso é fundamental para a reflexão, para a percepção mais apurada da natureza de cada coisa, para a elaboração criteriosa de juízos de valor, enfim, para a construção do conhecimento daquilo que se pretende compreender.

Cultismo e conceptismo

Resposta:
Cultismo - Entende-se por cultismo o jogo de palavras, proveniente do uso excessivo de figuras de linguagem. Trata-se de influência do poeta espanhol Luís de Gôngora, por isso também denominamos gongorismo esse aspecto do Barroco. Na poética de Gregório de Matos, observamos traços dessa tendência.
Conceptismo - Por conceptismo, compreende-se a poética atribuída a Francisco Quevedo, cuja principal característica é o jogo de idéias, expresso por meio de silogismos. Os sermões de Padre Antônio Vieira apresentam bons exemplos da influência quevedista

A relevância da História da Literatura Brasileira

Estudar a história da Literatura Brasileira é conhecer o passado intelectual da nossa terra e tudo o que se fizer para o esclarecimento da história do progresso cultural do Brasil merece a nossa consideração. Em tempo algum, pode-se elucubrar a respeito do futuro intelectual dos brasileiros, se não se conhece o que esse brasileiro é comparativamente ao que foi um dia. Ao estudar o passado, enxerga-se o presente com olhar diferenciado e percebe-se caminhos novos para chegar ao futuro.
Cabe ressaltar, que ao desvendar o passado, descobre-se que a propagada ideia de que o Brasil deve a Portugal sua primeira educação, encobre a verdade de uma educação que nos foi doada de forma mesquinha e empobrecida. Mas, de uma forma ou de obra, deve-se reconhecer que de lá herdamos a literatura e a poesia.
Cordialmente,
Sílvia M. L. Mota

A Literatura no Brasil

FÓRUM –
2017.3 EAD - LITERATURA BRASILEIRA I (CEL0637/2635977) 9001

PRIMEIRO TEXTO:

Estimada professora, uma pequena contribuição, quanto aos autores nacionais:

A Literatura no Brasil nasceu e desenvolveu-se como renovo da portuguesa e os seus reflexos. No entanto, peca pela falta de trabalhos históricos relevantes.

Na realidade, coube aos estrangeiros falarem da Literatura pátria. Nesse sentido, a obra de Ferdinand Wolf (1863), “Le Brésil Littéraire”, foi e continua a ser o referencial dos estudiosos na matéria, porque é única em seu gênero. Até bem pouco tempo era considerada epítome marcante dos nossos cursos de literatura. Depois, destacam-se as primeiras obras a se referirem aos nossos poetas e escritores: M. M. Bouterwek (1804), na obra “História da literatura portuguesa”, Sismonde de Sismondi (1819), em “Literaturas do meio-dia da Europa”, e Ferdinand Dinis (1825), no “Resumo da história da literatura de Portugal” (MAGALHAENS, 1865, p. 245). Salienta-se, entretanto, que os referidos autores tomaram a literatura brasileira como um ramo da literatura portuguesa (BARIANI).

Entre os autores nacionais, as obras de Sílvio Romero e de José Veríssimo podem ser consideradas as mais importantes criações a respeito da história da literatura brasileira, até o início do século XX. Aos demais autores brasileiros, cabem alguns pequenos ensaios, escassas monografias, noções destacadas de uma ou outra época da literatura brasileira, ou análise de algum escritor preferido por este ou aquele autor. Em sua obra “História da literatura brasileira”, Silvio Romero (1953, p. 1) destaca os principais dentre esses autores: “[...] Januário da Cunha Barbosa – Parnaso Brasileiro (1831); Abreu e Lima – Bosquejo histórico, político e literário do Brasil (1835); Domingos de Magalhães – Discurso sobre a História da Literatura do Brasil (1836); Norberto e Silva – Bosquejo da História da Literatura Brasileira, nas modulações poéticas (1841), e mais tarde alguns estudos na Minerva Brasiliense (1843), na Revista Popular (1861) e na Brasília Biblioteca de Autores Nacionais (1863); Pereira da Silva – Parnaso brasileiro (1843) e Plutarco brasileiro (1847), transformados depois em Varões ilustres do Brasil nos tempos coloniais (1858); Varnhagen – Florilégio da poesia brasileira (1851 e 53); Fernandes Pinheiro – Discurso sobre a poesia em geral e em particular no Brasil, na tradução de Jó por Elói Ottoni (1852), e também no Curso Elementar de Literatura Nacional (1862), e no Resumo de história literária (1872); Antônio Joaquim de Meio – Biografias de alguns poetas e homens ilustres da Província de Pernambuco (1858); Sotero dos Reis – Curso de Literatura Portuguesa e Brasileira (1866); Antônio Henriques Leal – Panteon maranhense (1873); Joaquim Manuel de Macedo – Ano biográfico brasileiro (1876); José Antônio de Freitas – Lirismo Brasileiro (1877); J. S. – Manual de literatura ou estudos sobre a literatura dos principais povos da América e Europa (1878); Leri dos Santos – Panteon Fluminense (1880); Sacramento Blake – Dicionário bibliográfico brasileiro (1883); Ignotus – Sessenta anos de jornalismo (1883); Melo Morais Filho – Curso de Literatura Nacional (1881) e Parnaso brasileiro (1885); F. A. Pereira da Costa – Dicionário biográfico de pernambucanos célebres (1882). – Contêm também notícias literárias – a Revista do Instituto Histórico, os Anais da Biblioteca Nacional, os Arquivos do Museu Nacional e as Efemérides Nacionais, do Dr. Teixeira de Melo (1881).”

Enfim, o escritor brasileiro, parece-me não se envolver muito com a base fundamental da nossa cultura.

REFERÊNCIAS

BARIANI, Edison. Um escritor, duas histórias: Machado de Assis e a crítica de José Veríssimo e Sílvio Romero. Monografias.com, Ushuaia, Terra do Fogo, República Argentina. Disponível em: a href="http://br.monografias.com/trabalhos915/machado-verissimo-romero/machado-verissimo-romero2.shtml&gt">http://br.monografias.com/trabalhos915/machado-verissimo-romero/mac...;. Acesso em: 18 set. 2017.

MAGALHAENS, Domingos José Gonçalves de. Obras de D. J. G. de Magalhaens. T. VIII: Opusculos historicos e literários. 2. ed. Rio de Janeiro: Livraria de B. L. Garnier, 1865, p. 245. Disponível em: a href="http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?action=download&id=43454&gt">http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?action=download...;. Acesso em: 18 set. 2017.

ROMERO, Silvio. História da literatura brasileira: contribuições e estudos gerais para o exato conhecimento da literatura brasileira. 5. ed. Organizada e prefaciada por Nelson Romero. Rio de Janeiro: José Olympio, 1953. A primeira edição é de 1888.
Cordialmente,
Sílvia M. L. Mota

Analise sintática da oração

FÓRUM – SINTAXE II
PRIMEIRA PROPOSTA
Manchete: TRIGUEIRO, André. Preservação ambiental pode gerar abatimento de impostos. G1: jornal da Globo, Rio de Janeiro. Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2013/06/preservacao-amb.... Acesso em: 12 set. 2017.

Classificação da oração: período simples, sendo por vezes chamada de oração absoluta. Isso ocorre porque se compõe de apenas uma forma verbal: “pode gerar” – traduz-se em locução verbal.
Função da expressão “preservação ambiental”: sujeito simples, porque apresenta apenas um núcleo.
Função da expressão “abatimento de impostos”: objeto direito, porque complementa a forma verbal, além de não se ligar por preposição.

Análise sintática e classificação dos sintagmas

PROPOSTA
ANÁLISE SINTÁTICA E CLASSIFICAÇÃO DOS SINTAGMAS EM MANCHETE DE JORNAL

RESPOSTA
NOTÍCIA DE JORNAL:
Policial militar mata vítima de sequestro em SP
http://noticias.band.uol.com.br/jornaldaband/videos/15006540/pm-mat...

ANÁLISE SINTÁTICA:
Sujeito simples, masculino: policial
Substantivo comum de dois gêneros: o policial – a policial
Adjetivo masculino, singular: militar
Substantivo comum de dois gêneros: o militar – a militar
Núcleo: policial
Predicado verbal: mata vítima de sequestro em SP
Verbo transitivo direto: mata
Objeto direito: vítima de sequestro em SP

SINTAGMAS:
Policial – sintagma nominal
Militar – sintagma adjetival
Mata – sintagma verbal
Vítima – sintagma nominal
De sequestro – sintagma preposicional
Em SP – sintagma preposicional

O ensino da língua materna

Cara Professora Marcia,

Sendo a língua um fenômeno social, o ensino da língua materna não pode passar ao largo do contexto social do aluno. O processo de ensino e aprendizagem, muitas vezes perde-se nas situações abstratas exibidas pelos manuais de gramáticas. Considero que seria mais proveitoso trabalhar em sala de aula elementos concretos – gêneros textuais e ou discursivos - vivenciados pelos alunos no cotidiano.

Gramática Normativa

COMENTÁRIO

Sobre a afirmação: "A gramática normativa é aquela que ensina o que seria o bem falar e o bem escrever. É através dela que aprendemos a visão de que a única variedade linguística correta é a norma culta."

Ainda que compactue com a beleza da norma culta da língua portuguesa, não me sinto confiante em afirmar que seja a "única variedade linguística correta". O belo e o correto encontram-se na diversidade, aceita como prioridade no mundo contemporâneo. Relevante que se exiba ao aluno a modalidade culta da língua, mas que o mesmo seja livre para trafegar por outras formas de exteriorização do pensamento.

Cordialmente,
Sílvia M. L. Mota

Ensino eficiente e eficaz da Língua Portuguesa

PROPOSTA
Caro aluno,

Este é o espaço em que você poderá estudar junto com os seus colegas e seu professor os pontos mais sensíveis do conteúdo de sua disciplina. A partir do resultado dos exercícios disponibilizados na disciplina seu professor irá identificar quais os pontos com mais dificuldade de acerto no grupo e, estes pontos, serão trabalhados neste Fórum de Discussão. Com o avanço da disciplina, novos pontos podem ir surgindo e, consequentemente, os temas irão também se alterando, mas isso não impede que você retorne, no momento em que desejar, a um ponto anteriormente comentado.

Utilize o FÓRUM DE DÚVIDAS para perguntas objetivas e utilize este espaço, preferencialmente, para discussões acerca dos temas colocados pelo docente. Suas colocações serão pontuadas pelo professor com o padrão de estrelas demonstrado ao lado considerando sempre a pertinência do comentário muito mais do que conceitos como “certo” ou “errado”, portanto, não se preocupe em acertar uma colocação, muito mais importante do que isso, é o quanto você contribui para o enriquecimento do entendimento do tema.

RESPOSTA

Cara Professora,
Um ensino eficiente e eficaz da língua portuguesa exige mais do que o mero culto aos manuais de gramática normativa, porque essa modalidade de ensino aprisionará o aluno às regras que, em muitos casos, afasta-se do seu contexto linguístico. Considero relevante que se trabalhe em sala de aula a leitura e a produção de textos que demonstrem as diversas variações linguísticas. Ao meu olhar, ler e escrever são exercícios que se pretendem diários e que desenvolverão no aluno a capacidade de utilizar adequadamente as regras consideradas padrão.
Cordialmente,
Sílvia M. L. Mota

Reflexão sobre as teses positivistas da crÍtica literária em relação à obra

DISCIPLINA: TEORIA DA LITERATURA II
PROPOSTA DA PROFESSORA NADIA REGINA BARBOSA DA SILVA

Sabe-se que o positivismo é uma orientação teórica, criada pelo sociólogo francês, Auguste Comte, que começou a atribuir fatores humanos nas explicações dos diversos assuntos, contrariando o primado da razão, da teologia e da metafísica. Para os positivistas, todo conhecimento do mundo  material decorre dos dados “positivos” da experiência, e somente eles devem guiar o trabalho investigativo.
Convido você e toda a turma a fazer uma reflexão sobre as teses positivistas da crítica literária em relação à obra.

25 DE MAIO DE 2017
**************************************************
RESPOSTA
Cara Professora

A Sociologia é capaz de observar a Literatura como uma manifestação social, como um documento ou um testemunho da época em que a obra literária foi criada. Nesse ponto, a fenomenologia do dia a dia proporcionaria elementos de análise para compreender a obra literária, no sentido de construir uma opinião sociológica a seu respeito. Por outro lado, considera-se a Sociologia e a Literatura como duas perspectivas distintas a respeito de um mesmo objeto ou ainda se aceita que tanto a Ciência como a Arte se mobilizam num sentido único: a necessidade de explicar a realidade e transformá-la, trazendo-a de um território desconhecido para um território conhecido. De qualquer forma, a diferença entre Literatura e Sociologia, radicaria no tipo de meios empregados para produzir a imagem do objeto investigado e as características da imagem produzida, porque tanto o discurso sociológico como o discurso literário possuem legitimidade epistemológica equiparável, quanto aos seus fins.

Ainda que apresente essas relações, não considero a Literatura como um “reflexo” da Sociedade, porque estaria a aprisionar a criatividade humana, que se necessita liberta. Na análise literária, o fator social é tão somente um elemento que atua na composição do que existe de essencial na obra enquanto obra de arte. Muito menos, considero analisar a obra literária como um documento, porque, para essa finalidade, até mesmo uma pesquisa aos jornais de época seria mais eficaz. Também, não considero alvissareiro que a Literatura seja explicada exclusivamente a partir dos métodos condizentes às ciências naturais, por causalidade ou por forças exteriores determinantes. Seria desastroso para a Literatura e para o processo criativo, a ideia do determinismo e a possibilidade de que a obra criativa viesse a lume a partir de regras estritamente lógicas.
Aceito que existem elementos determinantes para a concepção de uma obra de arte, como o produto do meio em que o escritor está imerso, o período histórico no qual vive e a raça a qual concerne, mas não consigo determinar a supremacia do mundo material sobre o espírito criativo ou a mente criativa humana. Não estou a sugerir que ocorra menos investigação, menos objetividade e nem menos conhecimento para realizar a crítica literária, mas que se realize uma análise mais inteligente, sensível e humana, centralizada nas peculiaridades intrínsecas ao estudo da Literatura, acatada tanto como Arte, como expressão da nossa cultura.

NADIA REGINA BARBOSA DA SILVA em resposta a SÍLVIA MARIA LEITE MOTA
26 de maio 2017 às 14:09:08
Ok, Silvia.
Boas considerações. De certo modo, essas são as teses defendidas por Antonio Candido, tópico de nossa aula 10, se não estou enganada. Em, Literatura e Sociedade,  Candido expõe o seu pensamento acerca da relação entre o texto e o contexto de uma obra literária. Diz ele, que os elementos sociais são fundamentais para o historiador e o sociólogo, mas podem ser secundários e mesmo inúteis para o crítico. A literatura, como fenômeno de civilização, afirma Candido, depende, sim,  do entrelaçamento de vários fatores sociais. Mas, daí a determinar se eles interferem diretamente nas características essenciais de determinada obra, vai um abismo. Segundo o critico, é preciso ter consciência da relação arbitrária e deformante que o trabalho artístico estabelece com a realidade. Entendo como "deformante" o que você chama de "criatividade" e que, de fato, é.
Abs.,
Prof.ª Nádia

Características do texto expositivo

FORUM B
DISCIPLINA:PRODUÇÃO TEXTUAL II
PROPOSTA DO PROFESSOR FABIO MACEDO SIMAS

Olá, alunos!
Em nossas aulas, trabalhamos o texto expositivo. Por isso, sua tarefa será retirar da internet um exemplo de texto expositivo identificando suas características expositivas.

LEMBRANDO...
NÃO serão aceitas análises copiadas da internet e/ou de livros. A sua nota não será atribuída pelo acerto, mas pela tentativa de acertar.

INTERAÇÕES:

PROFESSOR
  • Olá, Cleiton, obrigado por participar. As bulas de remédio, tradicionalmente, são consideradas textos injuntivos, mas isso não quer dizer que não possam ter trechos expositivos...poderia rever?
  • Quanto ao uso de verbos no imperativo, não seria algo mais típico do texto injuntivo?
  • Olá, Pricisla, ótimo trabalho! As definições são denotativas e, por isso, possuem um caráter expositivo.

ALUNA
Judiciário fica mais caro e leva 1,3% do PIB; juiz custa R$ 46 mil/mês
A cada ano, o custo do Poder Judiciário vem aumentando para a população do país. Em 2015, cada brasileiro desembolsou R$ 387 para manter o Judiciário, 31% a mais que em 2009 (quando custava R$ 295 por habitante, com valores corrigidos pela inflação). O dado faz parte do relatório Justiça em Números, divulgado nesta segunda-feira (17) pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
"No ano de 2015, as despesas totais do Poder Judiciário somaram R$ 79,2 bilhões, o que representou um crescimento de 4,7% e, considerando o quinquênio 2011-2015, um crescimento médio na ordem de 3,8% ao ano. Essa despesa equivale a 1,3% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, ou a 2,6% dos gastos totais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios", aponta o estudo.
E as despesas devem crescer em 2016, já que, em julho, mesmo em meio ao esforço de ajuste fiscal, o presidente Michel Temer sancionou sem vetos a proposta aprovada pelo Congresso que concede reajuste salarial de 41,5% para servidores do Poder Judiciário.
noticias.uol.com.br
O gênero textual acima se refere a notícia jornalística, tendo como tipologia o texto  expositivo informativo, que tem por finalidade transmitir informações de assuntos do cotidiano aos leitores.
PROFESSOR
Oi, Maria Antonia, ótimo trabalho! Que outras características expositivas podemos encontrar neste texto?

ALUNA
Boa noite prof. Fabio.
O texto expositivo tem por objetivo expor e informar acerca de um ou mais assuntos. Ele também precisa apresentar clareza textual. Escolhi, para exemplificar, um texto expositivo dissertativo sobre divulgação científica. Como este texto foi retirado da revista Galileu ( endereço abaixo ) a linguagem utilizada não é muito técnica pois ela se dirige ao público em geral. Caso fosse publicada em uma revista especializada a linguagem seria mais técnica porque, nesse caso, o público alvo seriam cientistas.
Estas são algumas das características dessa modadlidade textual.
“Um estudo da Universidade do Alabama mostrou que manter o cérebro ocupado pode ser a melhor maneira de deixá-lo afiado. A pesquisa foi feita com mais de 300 voluntários, entre 50 e 89 anos. Entre os adultos com mais de 50, aqueles que tinha uma agenda mais ocupada eram os mesmo que tinham o cérebro com o melhor poder de processamento, memória, raciocínio e vocabulário.SAIBA MAIS
Segundo o resultado das pesquisas, manter o cérebro ocupado não é bom apenas na meia idade, mas em idade mais avançada também. Os pesquisadores sugerem que se manter atarefado aumenta nossa capacidade de aprendizado, uma vez que isso faz com que a pessoa seja exposta a situações, pessoas e informações diferentes. Mas também é possível que pessoas com maior capacidade cognitiva tendam a ficar mais ocupadas. O estudo não conseguiu definir se a ocupação sozinha melhora a saúde do cérebro.
Os pesquisadores também consideraram o stress causado pelo excesso de atividades. “Basicamente, o estudo sugere que os benefícios de se manter ocupado ultrapassam as desvantagens”, diz à Time Denise Park, diretora de pesquisa da Universidade do Texas, informando que os estudos continuam para ver as vantagens e desvantagens das atividades na cognição do cérebro.”
http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Neurociencia/noticia/2016/0...
Muito obrigada,
Matilde.

ALUNO
Olá professor,
Como vai?
    Microsoft tentou comprar Facebook por US$ 24 bilhões, diz Steve Ballmer
    Já pensou se o Facebook fosse comprado pela Microsoft? Segundo o ex-CEO da empresa de Bill Gates, Steve Ballmer, essa ideia quase se tornou realidade.
    Durante uma entrevista para a CNBC, o executivo disse que tentou comprar o Facebook por US$ 24 bilhões quando a rede social ainda era um negócio pequeno.
    Na verdade, o interesse da Microsoft na plataforma de Mark Zuckerberg foi relatado pela primeira vez em 2010 no livro "The Facebook Effect", do jornalista David Kirkpatrick. A empresa queria adquirir uma pequena participação do Facebook avaliada em US$ 15 bilhões e, então teria a opção de, a cada seis meses, comprar mais 5% do Facebook. A aquisição completa da empresa levaria entre 5 e 7 anos.
    Hoje, Zuckerberg tem um patrimônio líquido avaliado em US$ 57 bilhões, sendo que a capitalização de mercado do Facebook é de US$ 374 bilhões.
(http://olhardigital.uol.com.br/pro/noticia/microsoft-tentou-comprar...)
É possível classifica-lo como expositivo pelo fato de ser um texto informativo, já que traz a informação que a Microsoft tentou comprar o Facebook, além disso faz uso da descrição dando informações referentes à ano, valores e pessoas envolvidas.
Abraços.
PROFESSOR
Olá, THIAGO e MARIA MATILDE, ótimo trabalho! Vocês trouxeram ótimos exemplos de textos expositivos e ressaltaram suas respectivas características.
Parabéns

Gênero e tipologia textuais

FORUM A
DISCIPLINA: PRODUÇÃO TEXTUAL II
PROPOSTA DO PROFESSOR FABIO MACEDO SIMAS

Caro aluno, nossas primeiras aulas esclarecem-nos os conceitos de Gênero e Tipologia Textuais. Vimos, por exemplo, que um dado gênero pode contar mais de uma tipologia, tal como ocorre nos romances e contos, onde podemos encontrar trechos descritivos em meio a narrativa.

Sendo assim, sua tarefa será recortar um ou dois parágrafos quaisquer, indicando o gênero e a tipologia textuais, ou AS tipologias, se for o caso, ok?

ATENÇÃO!!

LEMBRANDO...

NÃO serão aceitas análises copiadas da internet e/ou de livros. A sua nota não será atribuída pelo acerto, mas pela tentativa de acertar.

Grande abraço!

Noções de sintagma/paradigma e de sincronia/diacronia

PROPOSTA
Olá, alunos!
A partir do exposto a seguir, vamos discutir as noções de sintagma/paradigma e de sincronia/diacronia conforme propostas por Saussure?

"As relações paradigmáticas baseiam-se na escolha dos signos linguísticos. As relações sintagmáticas constituem-se pela combinação desses signos.
Exemplos:
A palavra ensinamento pertence ao mesmo paradigma de aprendizagem e educação, com relação ao significado. Quanto ao significante, estabelece relações associativas com elemento, lento, etc.; quanto à morfologia, estabelece relações associativas (paradigmáticas) com ensinar, ensinamos, etc., de um lado, e de outro com armamento, desfiguramento etc."
(Disponível em http://www.lpeu.com.br/q/gkl6u. Acesso em 10 mai. 2015)

Observem que caso tragam uma pesquisa,ela deverá ser acompanhada de comentários próprios, da fonte pesquisada e ser vinculada ao conteúdo das aulas para ser pontuada.

IMPORTANTE: Usem este espaço para suas dúvidas do Avaliando o Aprendizado! Embora dúvidas não sejam pontuadas, conversar sobre as questões vai ajudá-los a compreender nossa disciplina!

Aguardo a participação de vocês!
Abraços.

Conceito de prolixidade e de clareza

FORUM A
DISCIPLINA: PRODUÇÃO TEXTUAL I
PROPOSTA DA PROFESSORA MARIA DE LOURDES DE MELO PINTO

Olá, alunos!
O texto prolixo é aquele que se alonga com o uso de palavras desnecessárias. O conceito de prolixidade é, então, o extremo oposto do conceito de clareza. É, portanto, o contrário daquilo que procuramos para desenvolver uma boa escrita. Contudo, é muito comum que, em nosso primeiro rascunho, sejamos prolixos, e, para desenvolver uma boa produção textual, será necessário reescrever, cortando e ajustando o texto para conseguirmos clareza, coesão e coerência.
Nossa proposta, para o presente fórum é escrever um parágrafo prolixo, depois reescrevê-lo de forma clara e coerente. Em seguida, identifique e caracterize os tipos de coesão utilizados na produção de seu texto.
Veja, nos links abaixo, propostas interessantes de como cortar seu texto:
https://books.google.com.br/books?id=iXkdBAAAQBAJ&pg=PT46&l...
 http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/163/artigo234878-1.asp
Grande abraço!

Texto literário ou não-literário? Verbal ou não-verbal?

FORUM A
DISCIPLINA: PRODUÇÃO TEXTUAL I
PROPOSTA DA PROFESSORA MARIA DE LOURDES DE MELO PINTO

Olá, alunos!
As poesias concretas são um exemplo interessante de como os artesãos da palavra são capazes de criar textos que traduzem, nos vocábulos escolhidos, imagens, emoções e ideias diversas.
Esses textos específicos demonstram diversas questões abordadas nas aulas.
Escolha um dos exemplos registrados nos links e comente-o:
https://www.google.com.br/search?q=poesia+concreta&biw=1366&...
https://www.facebook.com/podelua/photos_stream
É literário ou não-literário? Verbal ou não-verbal? Por quê?
Se fôssemos contextualizar o texto escolhido, para pessoas com pouca habilidade de leitura e escrita, precisaríamos modificar algo? Como ficaria esse texto modificado? Reescreva esse texto e comente os pontos em comum com as aulas a que você assistiu.
Grande abraço!

O site da ABL

PRIMEIRO SEMESTRE DE 2016

Olá, alunos!
Para este fórum, propomos acessar o site da ABL, disponível em:
http://www.academia.org.br/bibliotecas/apresentacao
e retirar um parágrafo de algum dos tópicos ali dispostos, desenvolvendo comentários pertinentes a respeito das regras da norma padrão. O novo site da ABL está de acordo ou não com o novo acordo ortográfico? Falta algo para melhorar esse site? Possui boa navegabilidade? É interativo no tocante a apreender mais conhecimentos da língua materna? Divida conosco suas observações.
Grande abraço!

Bocage - Camilo Castelo Branco - Eça de Queirós - Cesário Verde

PROPOSTA DO PROFESSOR CARLOS ALBERTO DE CARVALHO
SEGUNDO SEMESTRE DE 2016

O fórum é um ambiente de aprendizagem colaborativa. Trata-se de um espaço destinado ao diálogo sobre os principais conceitos abordados nas aulas. Sendo assim, é preciso que você construa um comentário com certa amplitude teórica, revelando o que entendeu sobre os temas estudados.
Apresentamos quatro propostas de discussão. Comente, pelo menos, uma delas.
  1. A obra de Bocage pode ser dividida em duas grandes etapas: a primeira, em que obedece às regras e convenções do Arcadismo, e a segunda que é pré-romântica, marcada pela autoanálise e pelo pessimismo. Escolha um poema de Bocage e analise as características presentes.
  2. Comente a visão do amor, a representação da mulher e a posição do narrador na obra de Camilo Castelo Branco. Use como referência as novelas Amor de Perdição e Amor de Salvação.
  3. Vimos que a obra de Eça de Queirós tece forte crítica aos valores da sociedade portuguesa do século XIX. A religião, a fraqueza moral, a ambição desmedida, a decadência da nação, a postura da mulher burguesa e outras mazelas foram capturadas por sua prosa irônica. Com base nessa afirmação, escolha um capítulo de um dos romances do autor e comente-o.
  4. Cesário Verde é considerado um poeta anunciador da Modernidade em Portugal. Com base nos poemas “O sentimento dum ocidental” e “Num bairro moderno”, comente as principais características de sua obra.
Obs.: Lembrem-se de que o objetivo não é trazer pesquisas feitas em sites que tratem de Literatura, mas sim que vocês pratiquem o que viram nas aulas.

Análise de três propostas

PROPOSTA DO PROFESSOR CARLOS ALBERTO DE CARVALHO
SEGUNDO SEMESTRE DE 2016

O fórum é um ambiente de aprendizagem colaborativa. Trata-se de um espaço destinado ao diálogo sobre os principais conceitos abordados nas aulas. Sendo assim, é preciso que você construa um comentário com certa amplitude teórica, revelando o que entendeu sobre os temas estudados.

Apresentamos três propostas de discussão. Comente, pelo menos, uma delas.

    Selecione uma cantiga representativa da lírica trovadoresca galego-portuguesa e faça um comentário explicando, com base em trechos do poema, sua classificação (cantiga de amor, de amigo, de escárnio ou maldizer).
    Selecione uma das muitas peças de Gil Vicente e comente a presença do riso e da crítica social na obra. Dê atenção especial à análise das personagens.
    Selecione um soneto de Luís de Camões e faça um comentário, analisando o tema desenvolvido no poema.

Obs.: Lembrem-se de que o objetivo não é trazer pesquisas feitas em sites que tratem de Literatura, mas sim que vocês pratiquem o que viram nas aulas.

Fernando Pessoa e José Saramago

PROPOSTA
PRIMEIRO SEMESTRE DE 2016

O fórum é um ambiente de aprendizagem colaborativa. Trata-se de um espaço destinado ao diálogo sobre os principais conceitos abordados nas aulas. Sendo assim, é preciso que você construa um comentário com certa amplitude teórica, revelando o que entendeu sobre os temas estudados.
Apresentamos duas propostas de discussão. Comente, pelo menos, uma delas.
  1. Escolha dois dos heterônimos de Fernando Pessoa e escreva um comentário mostrando as características distintivas da obra de cada um deles.  Não se esqueça de usar trechos de poemas para reforçar as suas reflexões.
  2. Comente as características presentes em um dos romances de José Saramago estudados nas aulas e no Livro didático (Veja na Biblioteca Virtual). Dê atenção especial à temática da obra e ao uso da linguagem. Para isso, reflita sobre a afirmação abaixo, extraída do livro didático da disciplina.
“A narrativa de Saramago é onisciente, criando, assim, cumplicidade com o leitor, principalmente em seu estilo de pontuação que permite o fluxo de pensamento, que confunde propositadamente o leitor, fazendo-o refletir sobre as vozes que estão se pronunciando no texto.”(cap. 5, p.149)

Obs.: Lembrem-se de que o objetivo não é trazer pesquisas feitas em sites que tratem de Literatura, mas sim que vocês pratiquem o que viram nas aulas.

Duas propostas para análise

PROPOSTA
PRIMEIRO SEMESTRE 2016
Apresentamos duas propostas de discussão. Comente, pelo menos, uma delas.
  1. Comente a presença da História, a fusão entre mitologia pagã e ideal cristão e o orgulho nacionalista presentes em Os Lusíadas, de Luís de Camões. Lembre-se de fazer referência a trechos do poema.
  2. Escolha um os sermões de Padre António Vieira e escreva um comentário explicando as ideias desenvolvidas na obra (Qual o assunto do sermão escolhido? Que finalidade tinha?). Depois, selecione um pequeno trecho e analise as figuras de linguagem presentes.
Obs.: Lembrem-se de que o objetivo não é trazer pesquisas feitas em sites que tratem de Literatura, mas sim que vocês pratiquem o que viram nas aulas.

Canto I, Parte I, 11:
Ouvi: que não vereis com vãs façanhas,
Fantásticas, fingidas, mentirosas,
Louvar os vossos, como nas estranhas
Musas, de engrandecer-se desejosas:
As verdadeiras vossas são tamanhas,
Que excedem as sonhadas, fabulosas,
Que excedem Rodamonte e o vão Rugeiro,
E Orlando, inda que fora verdadeiro.

RESPOSTA

Análise de três propostas

PROPOSTAS DA PROFESSORA DEBORA RAQUEL ALVES BARREIROS
SEGUNDO SEMESTRE 2016

Proposta 1) A professora Carla costuma planejar detalhadamente suas aulas, fazendo uso dos elementos ou etapas que constituem o planejamento (objetivos educacionais, conteúdos de ensino, metodologia, recursos didáticos e avaliação). A professora Janaína, contudo, prefere não planejar, reproduzindo muitas vezes o planejamento dos anos anteriores.

a) Considerando a postura adotada pela Janaína, quais são os riscos/prejuízos para a aprendizagem do aluno quando o planejamento não é realizado?

Proposta 2) Tomando como base uma das tendências pedagógicas (escolha uma delas), ou seja, os fundamentos da didática, responda:

b.1) Como você trabalharia o conhecimento científico?

b.2) Qual seria o objetivo educacional, ou seja, o sentido dessa prática respaldada nessa tendência pedagógica escolhida?

Proposta 3) Vamos colocar em prática os conhecimentos sobre Planejamento. (ATIVIDADE ESTRUTURADA)

Orientações: Sendo aluno do curso de Pedagogia, escolha uma disciplina: ciências, português, matemática, história ou geografia e elabore um plano de aula para os anos iniciais do Ensino Fundamental.

Para o curso de História, escolha um tema da disciplina de História para o Ensino Fundamental II ou Ensino Médio.
Para o curso de Letras, escolha Língua Portuguesa ou outro idioma para o Ensino Fundamental II ou Ensino Médio.
Para o curso de Matemática, escolha um assunto relacionado à Matemática do Ensino Fundamental II ou Ensino Médio.

Itens do Plano de Aula

Disciplina/Série:

Tema de Aula:

Objetivos Específicos e Geral:

Metodologia de Ensino:

Recursos Didáticos:

Avaliação:

Fontes de Consulta: é a literatura especializada que você teria que estudar para ministrar tal tema de aula escolhido.

Sentido e importância da Didática no processo educativo

PROPOSTA DA PROFESSORA DEBORA RAQUEL ALVES BARREIROS
SEGUNDO SEMESTRE DE 2016

Caros alunos:
O objetivo do fórum tem alcance de uma aprendizagem colaborativa. Os temas a serem discutidos deverão ser respondidos a partir da postagem do professor/tutor, criando assim uma sequência de discussão na forma de árvore de conhecimento.
Inicie optando por um dos temas que considere ter experiência e conhecimento para contribuir na construção de conceitos e colaborar com o grupo participante. Atenção às intervenções do professor/tutor durante o processo.
Lembre que uma vez iniciada sua participação deverá dar continuidade até o fechamento do fórum.

Tema 1
Qual a sua compreensão de Didática e qual o sentido da mesma?

Tema 2
Qual a importância da didática para o processo educativo?

Plano de aula

PROPOSTA DA PROFESSORA THEREZINHA DE JESUS CONDE PINTO
PRIMEIRO SEMESTRE 2016
Caros alunos:
O objetivo do fórum tem alcance de uma aprendizagem colaborativa. Os temas a serem discutidos deverão ser respondidos a partir da postagem do professor/tutor, criando assim uma sequência de discussão na forma de árvore de conhecimento.
Inicie optando por um dos temas que considere ter experiência e conhecimento para contribuir na construção de conceitos e colaborar com o grupo participante. Atenção às intervenções do professor/tutor durante o processo
Lembre que uma vez iniciada sua participação deverá dar continuidade até o fechamento do fórum.
Agora neste Fórum D vamos tratar do Plano de Aula.
  • Sendo aluno do curso de Pedagogia, escolha uma disciplina: ciências, português, matemática, história ou geografia e elabore um plano de aula para o ensino fundamental I, escolhendo uma série;
  • curso de História, escolha um tema para o ensino fundamental II ou ensino médio, escolha uma série apenas;
  • curso de Letras, escolha Língua Portuguesa ou outro idioma para elaborar seu plano;
  • curso de matemática, escolha um assunto relacionado à matemática do ensino fundamental II ou  ensino médio

Elementos ou etapas do Plano de Aula
Plano de Aula/Disciplina/Série:
Tema de Aula:
Objetivos Específicos e Geral:
Metodologia de Ensino:
Recursos Didáticos:
Avaliação:
Fontes de Consulta:

SOBRE A ATIVIDADE ESTRUTURADA 
O aluno deverá elaborar seu plano de aula e postar no Fórum D, também pode postar no Contribua, para socializar informações, apenas, pois só é possível atribuir pontuação no Fórum D. Cada aluno terá direito a postar apenas 1 plano de aula e caso ainda necessite de pontuação, segue a tarefa abaixo:
Respaldado na perspectiva pedagógica progressista, produza um texto de 5 linhas em que apareça a palavra avaliação escolar.

Reflexão sobre a Didática

PROPOSTA DA PROFESSORA THEREZINHA DE JESUS CONDE PINT9
PRIMEIRO SEMESTRE 2016
O objetivo deste Fórum B é ampliarmos a reflexão sobre Didática e discutirmos acerca dos fundamentos da didática e os reflexos na formação do aluno da educação básica. Em outras palavras:
quais os reflexos na formação do aluno da educação básica quando o professor respalda sua prática nas tendências liberais e progressistas/críticas de ensino?
qual a contribuição desse professor?
que tipo de formação esse professor está oferecendo ao aluno?
que tipo de sociedade esse professor está ajudando a construir?
Mas, atenção, aqui nos interessa a sua opinião formada, não busque definições prontas em sites, textos, livros, etc.; e, sim, a partir de seus estudos, o que você tem a acrescentar? Faça um texto único articulando as ideias sem fragmentá-las, lembrando que estabelecer relações entre os conteúdos é um saber necessário à docência; procure também postar suas ideias com autonomia, (re)elaborando o que lê - determinado por outros autores; assim, mostramos coerência entre o nosso discurso e as ações e ainda exercitamos o papel de professores pesquisadores X reprodutores.

RESPOSTA

Cara Professora Therezinha de Jesus Conde Pinto,
A Didática Liberal Tradicional valoriza o acúmulo do conhecimento. Informa; não forma. Fixa-se na quantidade e não na qualidade. O professor é mero transmissor do conhecimento e não provoca o aluno à reflexão crítica da realidade na qual se insere. Por outro lado, quando o professor respalda sua prática nas tendências liberais e progressistas/críticas de ensino, coloca o estudante em patamar diferenciado. Como sujeito do conhecimento, o discente passa a enxergar os fatos sociais de forma diferenciada e a valorizar o conhecimento na prática cotidiana. Essa, aliada aos conteúdos transmitidos em sala de aula, contribui para a construção de um novo saber, através do exercício diário do pensamento crítico-reflexivo.
Deve-se levar em conta, que a sala de aula por si só não propicia um encontro articulado entre teoria e prática, pois é apenas um dos espaços de prática do ensino – o locus diferenciado, no qual se desenrola o encontro de professores e alunos para transmissão e recepção do conhecimento essencial à formação básica. Ao novo professor, não basta transmitir o conhecimento a um grupo de alunos, que apenas balançam as cabeças em aprovação ao que lhes é transmitido, mas é preciso direcioná-los à prática do saber construído à base de inquirições conscientes e determinantes. Por tal motivo, a necessidade de estimular o aluno às pesquisas, que oferecem abertura aos debates e seminários, entre outras atividades intelectuais, que rejuvenescerão o conhecimento tradicional, apegado ao passado.
Cabe ao docente tornar a sala de aula mais sedutora, movendo-se para além da sua capacidade técnica e conceitual. Precisa manejar corretamente os artifícios técnicos de ensino e os recursos didático-pedagógicos colocados à disposição nos dias atuais, num esforço contínuo para despertar no aluno o desejo e a responsabilidade de transformar o mundo no qual vive. Ao contrário, empobrecerá o conteúdo teórico-filosófico das disciplinas básicas e o conteúdo teórico-prático das matérias profissionalizantes.
Não se pode olvidar, que o processo de ensino-aprendizagem é dialético, num movimento constante de ensinar e aprender ao mesmo tempo.
Cordialmente,
Sílvia M L Mota.

Neutralização e falsa neutralização

PROPOSTA DA PROFESSORA LANA MARA RODRIGUES REGO VARIZO TAVARES

Sabemos que diversos processos fonológicos devem ser verificados ao se realizar uma transcrição fonológica. Um processo comum é a neutralização, processo que acontece quando o traço que diferencia os fonemas deixa de atuar, é neutralizado.
Produza um parágrafo, entre 8 e 12 linhas, apresentando a sua análise dos exemplos abaixo, tendo em mente a questão da neutralização e da falsa neutralização. Inclua, em sua discussão, a importância da utilização de um arquifonema na transcrição fonológica.
  1. bol/o/ e bol/u/
  2. d/e/scrição e d/i/scrição
  3. m/e/nino e m/i/nino
  4. c/u/mprimento e c/o/mprimento

Importância do alfabeto fonético

PROPOSTA DA PROFESSORA LANA MARA RODRIGUES REGO VARIZO TAVARES

Leia o texto de Jô Soares, reproduzido a seguir:

"Português é fácil de aprender porque é uma língua que se escreve exatamente como se fala" (Jô Soares. Revista "Veja" - 28.11.90)

Pois é. U purtuguêis é muito faciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti iscrevi ixatamente cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas palavras. Im purtuguêis não. É só prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi muinto diferenti. Qui bom qui a minha língua é u purtuguêis. Quem soubé falá sabi iscrevê.
No texto de Jô Soares, percebemos que ele, propositadamente, escreve como fala. Com base nos conteúdos abordados nas aulas 1, 2 e 3, produza uma parágrafo, com no máximo 12 linhas,  discutindo a importância do alfabeto fonético, sistema de transcrição dos sons da fala. Não deixe de incluir, em sua discussão, a relação entre fala e escrita e a falta de correspondência entre letra e fonema.

Análise literária do conto "Uns braços" de Machado de Assis

PROPOSTA DA PROFESSORA NADIA REGINA BARBOSA DA SILVA
TÍTULO DO CONTO ESCOLHIDO: UNS BRAÇOS
AUTOR: MACHADO DE ASSIS
Fonte de Pesquisa: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000233.pdf

RESENHA

No conto em epígrafe,
A trama consiste no apaixonamento de Inácio, um rapaz de 15 anos pela mulher de seu patrão, em especial por seus braços. O ápice do conto se dá quando Dona Severina percebe os olhares do garoto e passa a observar-lhe o sono e como por instinto cede aos seus próprios desejos de vaidade e beija-lhe a boca, enquanto o rapaz sonha com o mesmo beijo. Depois disso, ela passa a evitar-lhe como se ele tivesse percebido o ocorrido. O rapaz volta para casa sem saber o que se passou, embora extasiado com o sonho daquela tarde. Embora os valores morais resistam ao desvio de conduta da jovem senhora e a preservação da família burguesa triunfe no final da trama, Machado lança a temática do adultério feminino, ainda que suavemente, assunto nunca abordado anteriormente por outros autores e que viria a ser uma das principais chaves para o Realismo em ascendência. É justamente o final da trama que marca a decadência romântica, já que os desejos de Inácio não são extravasados, como é comum no Romantismo.
É perceptível no decorrer da história a oposição entre a fantasia e a realidade, onde os sonhos de Inácio se confundem com as reações sucintas e gradativas de Dona Severina. O que é realidade para um, é sonho para o outro; eis o grande conflito da história. Os universos dos personagens nunca se encontram e na única oportunidade de se cruzarem, o sono pesado de Inácio é o motivo de frustração desse sonho. O “final feliz”, portanto, não acontece, nem mesmo o reconhecimento recíproco de sentimento entre os personagens; ao contrário, o que existe é uma confusão e a desilusão, os sonhos perdidos na própria realidade.

POSICIONAMENTO DE SÍLVIA MOTA AO QUESTIONAMENTO DA PROFESSORA

O conto “Uns braços” de Machado de Assis é conciso, claro e objetivo. Tudo importa, do início ao fim. Cada palavra é bem colocada e expõe relevante significado.
Se numa narrativa, o conflito ocorre pela oposição entre elementos que perfazem o enredo, no conto em epígrafe se dá através da oposição entre sonho e realidade – os sonhos do jovem Inácio coincidem com os desejos reais de D. Severina. O que transita pelo mundo da fantasia de um, faísca na realidade do outro. Universos que jamais se encontram. Quando vem a lume a oportunidade de se entrelaçarem, o denso sono de Inácio frustra a realidade e tudo flui, mais uma vez, para o mundo dos sonhos.
Trecho do texto, relevante para ilustrar meu pensamento:
“Que não possamos ver os sonhos uns dos outros! D. Severina ter-se-ia visto a si mesma na imaginação do rapaz [...] E tornando, inclinava-se, pegava-lhe outra vez das mãos e cruzava ao peito os braços, até que inclinando-se, ainda mais, muito mais, abrochou os lábios e deixou-lhe um beijo na boca. [...] Aqui o sonho coincidiu com a realidade, e as mesmas bocas uniram-se na imaginação e fora dela. A diferença é que a visão não recuou, e a pessoa real tão depressa cumprira o gesto, como fugiu até à porta, vexada e medrosa. [...] O medo de que ele podia estar fingindo que dormia apontou-lhe na alma e deu-lhe um calafrio.”

Cordialmente,
Sílvia M L Mota

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UNS BRAÇOS
Machado de Assis

Inácio estremeceu, ouvindo os gritos do solicitador, recebeu o prato que este lhe apresentava e tratou de comer, debaixo de uma trovoada de nomes, malandro, cabeça de vento, estúpido, maluco.
— Onde anda que nunca ouve o que lhe digo? Hei de contar tudo a seu pai, para que lhe sacuda a preguiça do corpo com uma boa vara de marmelo, ou um pau; sim, ainda pode apanhar, não pense que não. Estúpido! maluco!
— Olhe que lá fora é isto mesmo que você vê aqui, continuou, voltando-se para D. Severina, senhora que vivia com ele maritalmente, há anos. Confunde-me os papéis todos, erra as casas, vai a um escrivão em vez de ir a outro, troca os advogados: é o diabo! É o tal sono pesado e contínuo. De manhã é o que se vê; primeiro que acorde é preciso quebrar-lhe os ossos... Deixe; amanhã hei de acordá-lo a pau de vassoura!
D. Severina tocou-lhe no pé, como pedindo que acabasse. Borges espeitorou ainda alguns impropérios, e ficou em paz com Deus e os homens.
Não digo que ficou em paz com os meninos, porque o nosso Inácio não era propriamente menino. Tinha quinze anos feitos e bem feitos. Cabeça inculta, mas bela, olhos de rapaz que sonha, que adivinha, que indaga, que quer saber e não acaba de saber nada. Tudo isso posto sobre um corpo não destituído de graça, ainda que mal vestido. O pai é barbeiro na Cidade Nova, e pô-lo de agente, escrevente, ou que quer que era, do solicitador Borges, com esperança de vê-lo no foro, porque lhe parecia que os procuradores de causas ganhavam muito. Passava-se isto na Rua da Lapa, em 1870.
Durante alguns minutos não se ouviu mais que o tinir dos talheres e o ruído da mastigação. Borges abarrotava-se de alface e vaca; interrompia-se para virgular a oração com um golpe de vinho e continuava logo calado.
Inácio ia comendo devagarinho, não ousando levantar os olhos do prato, nem para colocá-los onde eles estavam no momento em que o terrível Borges o descompôs. Verdade é que seria agora muito arriscado. Nunca ele pôs os olhos nos braços de D. Severina que se não esquecesse de si e de tudo.
Também a culpa era antes de D. Severina em trazê-los assim nus, constantemente. Usava mangas curtas em todos os vestidos de casa, meio palmo abaixo do ombro; dali em diante ficavam-lhe os braços à mostra. Na verdade, eram belos e cheios, em harmonia com a dona, que era antes grossa que fina, e não perdiam a cor nem a maciez por viverem ao ar; mas é justo explicar que ela os não trazia assim por faceira, senão porque já gastara todos os vestidos de mangas compridas. De pé, era muito vistosa; andando, tinha meneios engraçados; ele, entretanto, quase que só a via à mesa, onde, além dos braços, mal poderia mirar-lhe o busto. Não se pode dizer que era bonita; mas também não era feia. Nenhum adorno; o próprio penteado consta de mui pouco; alisou os cabelos, apanhou-os, atou-os e fixou-os no alto da cabeça com o pente de tartaruga que a mãe lhe deixou. Ao pescoço, um lenço escuro, nas orelhas, nada. Tudo isso com vinte e sete anos floridos e sólidos.
Acabaram de jantar. Borges, vindo o café, tirou quatro charutos da algibeira, comparou-os, apertou-os entre os dedos, escolheu um e guardou os restantes. Aceso o charuto, fincou os cotovelos na mesa e falou a D. Severina de trinta mil cousas que não interessavam nada ao nosso Inácio; mas enquanto falava, não o descompunha e ele podia devanear à larga.
Inácio demorou o café o mais que pôde. Entre um e outro gole alisava a toalha, arrancava dos dedos pedacinhos de pele imaginários ou passava os olhos pelos quadros da sala de jantar, que eram dous, um S. Pedro e um S. João, registros trazidos de festas encaixilhados em casa. Vá que disfarçasse com S. João, cuja cabeça moça alegra as imaginações católicas, mas com o austero S. Pedro era demais. A única defesa do moço Inácio é que ele não via nem um nem outro; passava os olhos por ali como por nada. Via só os braços de D. Severina, — ou porque sorrateiramente olhasse para eles, ou porque andasse com eles impressos na memória.
— Homem, você não acaba mais? bradou de repente o solicitador.
Não havia remédio; Inácio bebeu a última gota, já fria, e retirou-se, como de costume, para o seu quarto, nos fundos da casa. Entrando, fez um gesto de zanga e desespero e foi depois encostar-se a uma das duas janelas que davam para o mar. Cinco minutos depois, a vista das águas próximas e das montanhas ao longe restituía-lhe o sentimento confuso, vago, inquieto, que lhe doía e fazia bem, alguma cousa que deve sentir a planta, quando abotoa a primeira flor. Tinha vontade de ir embora e de ficar. Havia cinco semanas que ali morava, e a vida era sempre a mesma, sair de manhã com o Borges, andar por audiências e cartórios, correndo, levando papéis ao selo, ao distribuidor, aos escrivães, aos oficiais de justiça. Voltava à tarde jantava e recolhia-se ao quarto, até a hora da ceia; ceava e ia dormir. Borges não lhe dava intimidade na família, que se compunha apenas de D. Severina, nem Inácio a via mais de três vezes por dia, durante as refeições. Cinco semanas de solidão, de trabalho sem gosto, longe da mãe e das irmãs; cinco semanas de silêncio, porque ele só falava uma ou outra vez na rua; em casa, nada.
"Deixe estar, — pensou ele um dia — fujo daqui e não volto mais."
Não foi; sentiu-se agarrado e acorrentado pelos braços de D. Severina. Nunca vira outros tão bonitos e tão frescos. A educação que tivera não lhe permitia encará-los logo abertamente, parece até que a princípio afastava os olhos, vexado. Encarou-os pouco a pouco, ao ver que eles não tinham outras mangas, e assim os foi descobrindo, mirando e amando. No fim de três semanas eram eles, moralmente falando, as suas tendas de repouso. Aguentava toda a trabalheira de fora toda a melancolia da solidão e do silêncio, toda a grosseria do patrão, pela única paga de ver, três vezes por dia, o famoso par de braços.
Naquele dia, enquanto a noite ia caindo e Inácio estirava-se na rede (não tinha ali outra cama), D. Severina, na sala da frente, recapitulava o episódio do jantar e, pela primeira vez, desconfiou alguma cousa Rejeitou a ideia logo, uma criança! Mas há ideias que são da família das moscas teimosas: por mais que a gente as sacuda, elas tornam e pousam. Criança? Tinha quinze anos; e ela advertiu que entre o nariz e a boca do rapaz havia um princípio de rascunho de buço. Que admira que começasse a amar? E não era ela bonita? Esta outra ideia não foi rejeitada, antes afagada e beijada. E recordou então os modos dele, os esquecimentos, as distrações, e mais um incidente, e mais outro, tudo eram sintomas, e concluiu que sim.
— Que é que você tem? disse-lhe o solicitador, estirado no canapé, ao cabo de alguns minutos de pausa.
— Não tenho nada.
— Nada? Parece que cá em casa anda tudo dormindo! Deixem estar, que eu sei de um bom remédio para tirar o sono aos dorminhocos ...
E foi por ali, no mesmo tom zangado, fuzilando ameaças, mas realmente incapaz de as cumprir, pois era antes grosseiro que mau. D. Severina interrompia-o que não, que era engano, não estava dormindo, estava pensando na comadre Fortunata. Não a visitavam desde o Natal; por que não iriam lá uma daquelas noites? Borges redarguía que andava cansado, trabalhava como um negro, não estava para visitas de parola, e descompôs a comadre, descompôs o compadre, descompôs o afilhado, que não ia ao colégio, com dez anos! Ele, Borges, com dez anos, já sabia ler, escrever e contar, não muito bem, é certo, mas sabia. Dez anos! Havia de ter um bonito fim: — vadio, e o covado e meio nas costas. A tarimba é que viria ensiná-lo.
D. Severina apaziguava-o com desculpas, a pobreza da comadre, o caiporismo do compadre, e fazia-lhe carinhos, a medo, que eles podiam irritá-lo mais. A noite caíra de todo; ela ouviu o tlic do lampião do gás da rua, que acabavam de acender, e viu o clarão dele nas janelas da casa fronteira. Borges, cansado do dia, pois era realmente um trabalhador de primeira ordem, foi fechando os olhos e pegando no sono, e deixou-a só na sala, às escuras, consigo e com a descoberta que acaba de fazer.
Tudo parecia dizer à dama que era verdade; mas essa verdade, desfeita a impressão do assombro, trouxe-lhe uma complicação moral que ela só conheceu pelos efeitos, não achando meio de discernir o que era. Não podia entender-se nem equilibrar-se, chegou a pensar em dizer tudo ao solicitador, e ele que mandasse embora o fedelho. Mas que era tudo? Aqui estacou: realmente, não havia mais que suposição, coincidência e possivelmente ilusão. Não, não, ilusão não era. E logo recolhia os indícios vagos, as atitudes do mocinho, o acanhamento, as distrações, para rejeitar a ideia de estar enganada. Daí a pouco, (capciosa natureza!) refletindo que seria mau acusá-lo sem fundamento, admitiu que se iludisse, para o único fim de observá-lo melhor e averiguar bem a realidade das cousas.
Já nessa noite, D. Severina mirava por baixo dos olhos os gestos de Inácio; não chegou a achar nada, porque o tempo do chá era curto e o rapazinho não tirou os olhos da xícara. No dia seguinte pôde observar melhor, e nos outros otimamente. Percebeu que sim, que era amada e temida, amor adolescente e virgem, retido pelos liames sociais e por um sentimento de inferioridade que o impedia de reconhecer-se a si mesmo. D. Severina compreendeu que não havia recear nenhum desacato, e concluiu que o melhor era não dizer nada ao solicitador; poupava-lhe um desgosto, e outro à pobre criança. Já se persuadia bem que ele era criança, e assentou de o tratar tão secamente como até ali, ou ainda mais. E assim fez; Inácio começou a sentir que ela fugia com os olhos, ou falava áspero, quase tanto como o próprio Borges. De outras vezes, é verdade que o tom da voz saía brando e até meigo, muito meigo; assim como o olhar geralmente esquivo, tanto errava por outras partes, que, para descansar, vinha pousar na cabeça dele; mas tudo isso era curto.
— Vou-me embora, repetia ele na rua como nos primeiros dias.
Chegava a casa e não se ia embora. Os braços de D. Severina fechavam-lhe um parêntesis no meio do longo e fastidioso período da vida que levava, e essa oração intercalada trazia uma ideia original e profunda, inventada pelo céu unicamente para ele. Deixava-se estar e ia andando. Afinal, porém, teve de sair, e para nunca mais; eis aqui como e porquê.
D. Severina tratava-o desde alguns dias com benignidade. A rudeza da voz parecia acabada, e havia mais do que brandura, havia desvelo e carinho. Um dia recomendava-lhe que não apanhasse ar, outro que não bebesse água fria depois do café quente, conselhos, lembranças, cuidados de amiga e mãe, que lhe lançaram na alma ainda maior inquietação e confusão. Inácio chegou ao extremo de confiança de rir um dia à mesa, cousa que jamais fizera; e o solicitador não o tratou mal dessa vez, porque era ele que contava um caso engraçado, e ninguém pune a outro pelo aplauso que recebe. Foi então que D. Severina viu que a boca do mocinho, graciosa estando calada, não o era menos quando ria.
A agitação de Inácio ia crescendo, sem que ele pudesse acalmar-se nem entender-se. Não estava bem em parte nenhuma. Acordava de noite, pensando em D. Severina. Na rua, trocava de esquinas, errava as portas, muito mais que dantes, e não via mulher, ao longe ou ao perto, que lha não trouxesse à memória. Ao entrar no corredor da casa, voltando do trabalho, sentia sempre algum alvoroço, às vezes grande, quando dava com ela no topo da escada, olhando através das grades de pau da cancela, como tendo acudido a ver quem era.
Um domingo, — nunca ele esqueceu esse domingo, — estava só no quarto, à janela, virado para o mar, que lhe falava a mesma linguagem obscura e nova de D. Severina. Divertia-se em olhar para as gaivotas, que faziam grandes giros no ar, ou pairavam em cima d'água, ou avoaçavam somente. O dia estava lindíssimo. Não era só um domingo cristão; era um imenso domingo universal.
Inácio passava-os todos ali no quarto ou à janela, ou relendo um dos três folhetos que trouxera consigo, contos de outros tempos, comprados a tostão, debaixo do passadiço do Largo do Paço. Eram duas horas da tarde. Estava cansado, dormira mal a noite, depois de haver andado muito na véspera; estirou-se na rede, pegou em um dos folhetos, a Princesa Magalona, e começou a ler. Nunca pôde entender por que é que todas as heroínas dessas velhas histórias tinham a mesma cara e talhe de D. Severina, mas a verdade é que os tinham. Ao cabo de meia hora, deixou cair o folheto e pôs os olhos na parede, donde, cinco minutos depois, viu sair a dama dos seus cuidados. O natural era que se espantasse; mas não se espantou. Embora com as pálpebras cerradas viu-a desprender-se de todo, parar, sorrir e andar para a rede. Era ela mesma, eram os seus mesmos braços.
É certo, porém, que D. Severina, tanto não podia sair da parede, dado que houvesse ali porta ou rasgão, que estava justamente na sala da frente ouvindo os passos do solicitador que descia as escadas. Ouviu-o descer; foi à janela vê-lo sair e só se recolheu quando ele se perdeu ao longe, no caminho da Rua das Mangueiras. Então entrou e foi sentar-se no canapé. Parecia fora do natural, inquieta, quase maluca; levantando-se, foi pegar na jarra que estava em cima do aparador e deixou- a no mesmo lugar; depois caminhou até à porta, deteve-se e voltou, ao que parece, sem plano. Sentou-se outra vez cinco ou dez minutos. De repente, lembrou-se que Inácio comera pouco ao almoço e tinha o ar abatido, e advertiu que podia estar doente; podia ser até que estivesse muito mal.
Saiu da sala, atravessou rasgadamente o corredor e foi até o quarto do mocinho, cuja porta achou escancarada. D. Severina parou, espiou, deu com ele na rede, dormindo, com o braço para fora e o folheto caído no chão. A cabeça inclinava-se um pouco do lado da porta, deixando ver os olhos fechados, os cabelos revoltos e um grande ar de riso e de beatitude.
D. Severina sentiu bater-lhe o coração com veemência e recuou. Sonhara de noite com ele; pode ser que ele estivesse sonhando com ela. Desde madrugada que a figura do mocinho andava-lhe diante dos olhos como uma tentação diabólica. Recuou ainda, depois voltou, olhou dous, três, cinco minutos, ou mais. Parece que o sono dava à adolescência de Inácio uma expressão mais acentuada, quase feminina, quase pueril. "Uma criança!" disse ela a si mesma, naquela língua sem palavras que todos trazemos conosco. E esta ideia abateu-lhe o alvoroço do sangue e dissipou-lhe em parte a turvação dos sentidos.
"Uma criança!"
E mirou-o lentamente, fartou-se de vê-lo, com a cabeça inclinada, o braço caído; mas, ao mesmo tempo que o achava criança, achava-o bonito, muito mais bonito que acordado, e uma dessas ideias corrigia ou corrompia a outra. De repente estremeceu e recuou assustada: ouvira um ruído ao pé, na saleta do engomado; foi ver, era um gato que deitara uma tigela ao chão. Voltando devagarinho a espiá-lo, viu que dormia profundamente. Tinha o sono duro a criança! O rumor que a abalara tanto, não o fez sequer mudar de posição. E ela continuou a vê-lo dormir, — dormir e talvez sonhar.
Que não possamos ver os sonhos uns dos outros! D. Severina ter-se-ia visto a si mesma na imaginação do rapaz; ter-se-ia visto diante da rede, risonha e parada; depois inclinar-se, pegar-lhe nas mãos, levá-las ao peito, cruzando ali os braços, os famosos braços. Inácio, namorado deles, ainda assim ouvia as palavras dela, que eram lindas cálidas, principalmente novas, — ou, pelo menos, pertenciam a algum idioma que ele não conhecia, posto que o entendesse. Duas três e quatro vezes a figura esvaía-se, para tornar logo, vindo do mar ou de outra parte, entre gaivotas, ou atravessando o corredor com toda a graça robusta de que era capaz. E tornando, inclinava-se, pegava-lhe outra vez das mãos e cruzava ao peito os braços, até que inclinando-se, ainda mais, muito mais, abrochou os lábios e deixou-lhe um beijo na boca.
Aqui o sonho coincidiu com a realidade, e as mesmas bocas uniram-se na imaginação e fora dela. A diferença é que a visão não recuou, e a pessoa real tão depressa cumprira o gesto, como fugiu até à porta, vexada e medrosa. Dali passou à sala da frente, aturdida do que fizera, sem olhar fixamente para nada. Afiava o ouvido, ia até o fim do corredor, a ver se escutava algum rumor que lhe dissesse que ele acordara, e só depois de muito tempo é que o medo foi passando. Na verdade, a criança tinha o sono duro; nada lhe abria os olhos, nem os fracassos contíguos, nem os beijos de verdade. Mas, se o medo foi passando, o vexame ficou e cresceu. D. Severina não acabava de crer que fizesse aquilo; parece que embrulhara os seus desejos na ideia de que era uma criança namorada que ali estava sem consciência nem imputação; e, meia mãe, meia amiga, inclinara-se e beijara-o. Fosse como fosse, estava confusa, irritada, aborrecida mal consigo e mal com ele. O medo de que ele podia estar fingindo que dormia apontou-lhe na alma e deu-lhe um calefrio.
Mas a verdade é que dormiu ainda muito, e só acordou para jantar. Sentou-se à mesa lépido. Conquanto achasse D. Severina calada e severa e o solicitador tão ríspido como nos outros dias, nem a rispidez de um, nem a severidade da outra podiam dissipar-lhe a visão graciosa que ainda trazia consigo, ou amortecer-lhe a sensação do beijo. Não reparou que D. Severina tinha um xale que lhe cobria os braços; reparou depois, na segunda-feira, e na terça-feira, também, e até sábado, que foi o dia em que Borges mandou dizer ao pai que não podia ficar com ele; e não o fez zangado, porque o tratou relativamente bem e ainda lhe disse à saída:
— Quando precisar de mim para alguma cousa, procure-me.
— Sim, senhor. A Sra. D. Severina...
— Está lá para o quarto, com muita dor de cabeça. Venha amanhã ou depois despedir-se dela.
Inácio saiu sem entender nada. Não entendia a despedida, nem a completa mudança de D. Severina, em relação a ele, nem o xale, nem nada. Estava tão bem! falava-lhe com tanta amizade! Como é que, de repente... Tanto pensou que acabou supondo de sua parte algum olhar indiscreto, alguma distração que a ofendera, não era outra cousa; e daqui a cara fechada e o xale que cobria os braços tão bonitos... Não importa; levava consigo o sabor do sonho. E através dos anos, por meio de outros amores, mais efetivos e longos, nenhuma sensação achou nunca igual à daquele domingo, na Rua da Lapa, quando ele tinha quinze anos. Ele mesmo exclama às vezes, sem saber que se engana:
E foi um sonho! um simples sonho!